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Petals for Armor mostra que há saída.

O texto de hoje não é só sobre um álbum, mas sobre um momento.

Hayley Williams, mais conhecida como a potente vocalista do Paramore, lançou um álbum solo durante o hiato da banda. e mais importante do que a qualidade das músicas, é a jornada de Hayley nestas composições.

'Petals for Armor' tem muitas camadas e merece uma escuta mais atenciosa. estou ouvindo pela terceira vez, não porque gosto de todas as músicas, mas porque me identifico muito com os sentimentos abstratos que ela aborda nas canções. talvez não venha com a roupagem que você espera. mas ele dá espaço para hayley explorar o seu momento e suas próprias complexidades.

juntamente com a quarentena, o álbum vem quebrando a minha cabeça. trazendo mais e mais questionamentos. certezas que logo depois são lavadas. a memória sendo invadida e brincando com seus jeitos tão próprios de contar minhas histórias. arrependimentos, erros, possibilidades.

esse labirinto tão bem elaborado ás vezes se torna cansativo e tortuoso. mas mais do que isso, na maioria das vezes, é solitário. e encontrar uma obra que explora essa jornada de uma forma tão interessante e que descobre, ao final, uma saída, traz um pouco de luz em meus próprios processos. 

as músicas por si só dão vontade de saber mais sobre o momento da cantora. e pesquisando mais sobre o que ela diz, encontrei esta entrevista com o incrível Zane Lowe. aquela conversa intimista era tudo que eu não sabia que precisava, mas precisava. é um diálogo que caminha para muitos lugares. e ao ver ambos serem tão sinceros, me dá vontade também de admitir minhas próprias fraquezas.

é um encontro que poderia durar horas a fio, mas que infelizmente dura um tempo definido. ao contrário do que eu esperava, hayley fala sobre perguntas. tanto dúvidas que perambulavam dentro dela na época, como também as que ela não dava brecha para pensar nos últimos anos.

não consigo explicar direito o porquê a entrevista me tocou tanto. talvez seja porque sinto falta de uma conversa sincera profunda olho no olho que dure a noite inteira. ou o fato de que na maioria das vezes me sinto culpada em pensar em mim, quando penso em tudo que todos estão vivendo. parece egoísmo.

mas sei também que cheguei nesse labirinto justamente por pensar assim, mesmo quando não havia pandemia. a culpa é um elemento poderoso que arrasta pela raiz tudo aquilo que a gente é e nos desfragmenta de quem podemos ser. ela separa nosso eu em dois. 

dois dentro de um só se opõem. e para unir e reaver toda essa culpa e medo como partes da mesma pessoa, que também pode ser afeto e alegria, é complicado. mas ouvir hayley se achar me dá esperança de que o mesmo também aconteça comigo.

petals for armor é um retrato vivo da consciência. mais precisamente sobre o caminho a que se chega nela. longe da ilusão de se sentir pronta, mas mais consciente sobre as ferramentas que ela possui para lidar com o que sente.

cada música revela algo que se encontra na caixa sagrada que é a nossa mente. e quando a gente olha o conjunto final da obra, é como se hayley tivesse jogado luz em muitos dos temas que a assombraram durante anos.

em uma de suas canções, a cantora compara mulheres a flores e conta sobre como estava murcha ao esquecer suas raízes. como é bom enfim vê-la florescer.

aguardo a minha vez

Fotos: Google Imagens
Texto: Carol Chagas

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