Quando toco violão, silencio uma parte minha que argumenta. Em tempos de exagero e euforia, o silenciamento é mais do que necessário. Mas quando chega então, a fase da melancolia, há um receio em calá-la. A pergunta que fica é "Ela terá algo a dizer quando tudo acabar? Ou será mais uma memória perdida?". Eu sei que anunciei uma pergunta, mas joguei duas na roda. Esta sou eu, escrevo como falo e sinto dificuldade em explicar o que eu sinto sem quebrar tudo em pequenas frases. Gosto de mastigar. Viu? Fiz de novo. Sou frequentemente impactada por frases curtas que machucam e afagam na mesma proporção. Você sabe do que eu tô falando. Pode ser num filme, numa série ou na vida mesmo. Quanto maior a amargura das palavras, mais poético tudo se torna. Às vezes até me desconecto de brigas para apreciar a beleza do que foi dito, mesmo que machuque. E não cure. Em tempos de quarentena, é especialmente importante que a gente acolha o nosso eu pensante. A minha ...