Entrei no ônibus. O fone já estava no ouvido e as lágrimas já nasciam dos olhos. Mas as músicas e o motivo do choro eram dessa vez diferentes. A saudade que eu sentia transbordava. De dentro pra fora. Uma mágoa da vida surgia em mim. Eu que sempre julguei o drama alheio, precisei pagar minha língua com a dor que crescia no peito. E não foi fácil, não. Enquanto saía da cidade, lembrava de cada memória vivida e bem aproveitada. É engraçado como quando cheguei aqui, a minha vontade era fugir. E hoje, eu só queria ficar. Mais um dia, uma semana ou até quando o sentimento continuasse a existir. Eu que sempre gostei de deixar partes minhas nas ruas, me vi querendo levar cada uma delas comigo. Pra onde quer que eu fosse. A gente sempre acha que se conhece e sabe as respostas para as perguntas do mundo. E isso realmente dá certo por um tempo. Até a gente mudar por dentro. Voltei pra "casa" mais simples e descomplicada do que já fui na vida. Mas ta...