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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Tudo passa, até a dor da saudade.

Entrei no ônibus. O fone já estava no ouvido e as lágrimas já nasciam dos olhos. Mas as músicas e o motivo do choro eram dessa vez diferentes. A saudade que eu sentia transbordava. De dentro pra fora. Uma mágoa da vida surgia em mim.  Eu que sempre julguei o drama alheio, precisei pagar minha língua com a dor que crescia no peito. E não foi fácil, não. Enquanto saía da cidade, lembrava de cada memória vivida e bem aproveitada.  É engraçado como quando cheguei aqui, a minha vontade era fugir. E hoje, eu só queria ficar. Mais um dia, uma semana ou até quando o sentimento continuasse a existir. Eu que sempre gostei de deixar partes minhas nas ruas, me vi querendo levar cada uma delas comigo. Pra onde quer que eu fosse.  A gente sempre acha que se conhece e sabe as respostas para as perguntas do mundo. E isso realmente dá certo por um tempo. Até a gente mudar por dentro.  Voltei pra "casa" mais simples e descomplicada do que já fui na vida. Mas também mais

A gente muda e o mundo muda junto.

A praia tá ali, onde sempre esteve. E eu estou no mesmo banco, onde sempre fiquei pra observar as ondas. No lugar perfeito onde eu posso observá-las, mas não preciso fazer parte delas.  É engraçado como os lugares mudam (mesmo que não tenham mudado), quando a gente muda também . A areia continua da mesma cor. E o céu ainda veste aquele azul clarinho que, pra mim, costumava ser o azul mais vivo que eu já tinha conhecido.  Até eu mudar. E viver sob um céu que usa um azul mais forte. E morar numa cidade onde as estações são super definidas e eu quase não sinto calor.  Ali, naquele banco, eu sempre me senti livre. Mas hoje, a atmosfera me prendia. Aquele calçadão que eu tanto amava e que era pra mim, um símbolo de liberdade, mais parecia agora uma gaiolinha de maior extensão.  O verão que antes parecia um inferninho com tantos turistas, hoje é uma oportunidade. De aproveitar aquilo que não faz mais parte da minha vida. De tentar, mesmo que erroneamente, fazer as coisas