Ela já havia sentido, o que costumava chamar de "a grande dor". Mas ali, naquela rodoviária de uma cidade desconhecida e abandonada por multidões, Cecília sentia-se sem rumo. Seus olhos pareciam estar viciados em escoar tudo aquilo que ela não conseguia dizer em voz alta. Estranhos iam e viam e ela se perguntava se aquilo que ela sentia também iria passar em algum momento. Cecília não tinha perspectiva. Ela tentava encontrar paz no caos, mas a bagunça parecia grande demais. O mundo e suas questões a sequestravam desde pequena. Mas dessa vez, não havia uma resposta. Ela pensava no esquecimento como solução, mas a dor seria tamanha. A desistência. O atalho mais curto para o alívio poderia acabar numa rua sem saída para todos como num espiral de consequências não planejadas. Ela só queria ser feliz, mas isso parecia cada vez mais difícil em meio ao entorpecimento do desconhecido que havia nela. Cecília aconselhava amigos, pintava e fazia um tanto de outras cois