Eu não sabia bem o porquê. Mas aquela cena não saía da minha cabeça. A garota que traía o namorado - logo eu, que nunca namorei direito pra trair - e o mandava embora de sua vida por acreditar que não merecia alguém assim. Saudável. Um amor daqueles tranquilos que faz a vida ficar boa. Melhor até do que ela podia suspeitar. Ela o mandava embora com pressa, como se fosse óbvio para os dois que aquela relação não tinha mais um lugar para ser. A feição dele passava da surpresa para o choque conforme ela dizia fragmentos do que queria. Eram ideias soltas sem uma narrativa que as amarrasse ou um cuidado que as despejasse de maneira mais palatável. O episódio havia contado sua história familiar e, por mais que suas escolhas fossem questionáveis, elas eram compreensíveis. Mas Mia - nome da personagem da série a qual eu estava assistindo - tinha motivos. Por mais que ela própria não entendesse. O narrador e os roteiristas da série faziam questão de nos explicar. Mas confesso que eu não sabi