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Mostrando postagens de janeiro, 2022

até certo ponto.

Eu não sabia bem o porquê. Mas aquela cena não saía da minha cabeça. A garota que traía o namorado - logo eu, que nunca namorei direito pra trair - e o mandava embora de sua vida por acreditar que não merecia alguém assim. Saudável. Um amor daqueles tranquilos que faz a vida ficar boa. Melhor até do que ela podia suspeitar.  Ela o mandava embora com pressa, como se fosse óbvio para os dois que aquela relação não tinha mais um lugar para ser. A feição dele passava da surpresa para o choque conforme ela dizia fragmentos do que queria. Eram ideias soltas sem uma narrativa que as amarrasse ou um cuidado que as despejasse de maneira mais palatável.  O episódio havia contado sua história familiar e, por mais que suas escolhas fossem questionáveis, elas eram compreensíveis. Mas Mia - nome da personagem da série a qual eu estava assistindo - tinha motivos. Por mais que ela própria não entendesse. O narrador e os roteiristas da série faziam questão de nos explicar.  Mas confesso que eu não sabi

sou só eu aqui.

Vou confessar uma coisinha. Apesar de eu ter desaparecido daqui, eu nunca parei de escrever. Apenas parei de postar. Talvez por ter abandonado o formato  crônica  ou por ter passado muito tempo - basicamente os últimos 2 anos - achando que nada do que eu escrevesse merecia ser lido justamente porque estávamos (estamos?) à beira de um colapso sanitário, político e psicológico. Passando tanto tempo dentro de casa e olhando o mundo sob lentes que enxergavam muito mais do que sou capaz, eu me vi ser engolida. Assim, como quem tá passando na rua e do nada vê aquilo se desfazer. Na minha cabeça, nada do que eu sentia, pensava, dizia poderia ser necessário para qualquer pessoa. Era melhor ficar na minha. Os outros que falassem o que precisa ser dito. Para mim, de nada valia o meu mundo interno, enquanto tanta gente estava passando por tanta coisa. Tanta coisa que a gente não viu e só ouviu falar. Eu tinha pra mim que eu nunca mais voltaria. Quando eu sentia a vontade da escrita chegar, eu co