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Mostrando postagens com o rótulo Solitude

Coisas que aprendi fazendo trilha sozinha.

Agosto, 2018. Em 2018, me propus a fazer tudo que eu tinha vontade - principalmente sozinha. Aprendi a me escutar um pouquinho mais. E a não depender tanto do desejo do outro, mas mais do que eu carregava aqui dentro. E em uma dessas andanças, há uns meses atrás, fiz minha primeira trilha sozinha. Fui com um grupo, mas eu não conhecia nenhuma daquelas pessoas. E confesso que, pela primeira vez, eu não estava procurando uma conversa descabida sobre a vida com um estranho.  Eu queria caminhar dentro de mim mesma. Queria fazer dessa experiência uma coisa só minha. Única e singular. Enquanto andava e divagava a respeito do mundo e de tantas outras coisas, pensei nesse post. Em coisas que eu aprendia enquanto a trilha se dava.    Você vai se conectar Agosto, 2018. Fui caminhar com a maior vontade do mundo de ficar em silêncio. E achei que, por isso, eu não me conectaria com nada, nem ninguém. O que obviamente não aconteceu.  Acho que quando vo...

Deixe o vazio entrar.

Agosto, 2018. Já fazia um tempo que eu me sentia inteira. Eu tinha noção dos meus limites e de quem eu era. Eu me sentia completamente á vontade comigo mesma. Tanto que agora, por vezes, eu não sentia mais a necessidade de preencher silêncios.  Eu me permitia sentir tudo aquilo que minha essência quisesse absorver, transbordar e expressar. Eu me dava tempo, espaço e colo. Mas mesmo com tanta descoberta linda sobre mim, eu ainda me sentia incompleta. E isso não parecia fazer sentido.  Às vezes parece que a vida tem dessas. Ela revira a gente do avesso mesmo quando a gente acha que a casa tá em ordem. A gente descongela a geladeira com um everest acumulado dentro dela, esperando que o calor do lado de fora também derreta tudo dentro da gente. Mas de alguma forma, a porta continua emperrada.  Conversava dias desses com uma amiga sobre o vazio que às vezes fazia morada dentro da gente. E de como o limbo nos assolava sorrateiramente tarde da noite. Mesmo se e...

Saí pra dar uma volta (dentro de mim).

Julho, 2018. Á direita, uma placa grita "SILÊNCIO".  Olho ao meu redor e não vejo um ser que possa quebrar esse pedido/ordem. A biblioteca está vazia. E apesar do frio, ela parece convidativa. ~ como todos os lugares em que tenho estado ~ Ruas que não são muito frequentadas, lugares fora do horário de pico, a árvore mais esquecida de um parque qualquer parecem ser um universo de oportunidades. Espaços vazios têm me preenchido. Acho que é porque quando não tem ninguém por perto, eu consigo apenas ser. Sem muita pretensão. Apenas me deixo levar. Eu sempre gostei muito de ficar sozinha, mas costumava fazer isso entre quatro paredes. Como se fosse algum tipo de absurdo sair, viver, conhecer o mundo sozinha. De uns tempos pra cá, isso mudou. Estar só deixou de ser um plano b, mas por vezes, passou a ser a melhor opção. Experimentar um lugar só com a tua bagagem, repertório e vivência é meio que libertador. É entender a vida como um processo nosso, q...

Sobre desprender-se de tudo (e não ter ideia do que fazer em seguida)

Março, 2015. Este não é o momento em que mais me sinto sozinha na vida. Mas é uma das fases, com certeza. O tipo de fase que faz com que você se sinta, mesmo que por vezes acompanhada, desconectada do mundo.  Como aquele cabo perdido na gaveta do quarto. Você não sabe quando ele surgiu, nem pra que serve.  Me sinto à deriva. E acho que só agora parei pra dar a devida atenção. Às vezes, a gente desce na estação errada, esquece o carregador em casa e corresponde (por engano) o aceno de um estranho - que não era exatamente pra você.  E se sentir assim não é necessariamente ruim. Eu diria que é desconfortável. Mas o desconforto não é um mal tão grande nessa vida.  É apenas um momento. Passageiro, como tantos outros. Em que a gente se sente fora do nosso lugar de fala. Em que nos esquecemos do personagem que criamos. Do que gostamos, do que costumamos dizer, do que odiamos.  É um desvio. Que não atrasa, mas também não adianta a nossa vida. É u...

A arte de ficar bem.

De vez em quando a gente corre. Pra bem longe. É como se fosse algum tipo de impulso que surge aqui de dentro. Apenas sentimos que precisamos fugir. E assim o fazemos. Sem nem dar uma olhadinha pra trás. A gente respira e corre. Só que depois de um tempo, bate o cansaço. E os gritos do corpo se tornam mais altos que os da alma. Já nem é mais possível ver a tempestade de quilômetros atrás. Sobra a calmaria e o silêncio. E pela primeira vez em meses, tudo faz sentido. Os erros, os sentimentos e tudo aquilo que transbordou. O asfalto gelado contrasta com o calor do passado. É uma mistura de limbo com equilíbrio. Como quando a gente tenta boiar na água e de vez em quando, acaba afundando. É uma luta constante.  Depois de algum tempo tentando não sentir, chega uma hora que a gente consegue. Lembrar deixa de doer. E conversar com sua ferida não te machuca mais. Por mais estranho que pareça, está tudo bem. Mesmo que você tenha pensado que aquilo nunca ia passar. Você s...