Pular para o conteúdo principal

Postagens

tudo aquilo que não consigo te dizer.

é sobre aquela vez que você se decepcionou e eu não fui na sua casa te ver, mesmo você me dizendo que precisava de companhia. ou aquele dia que a gente brigou numa viagem e por ter tanto medo de perder nossa amizade, até hoje não te expliquei meu ponto ou ouvi o seu. é sobre a infância que eu sonhei em passar ao teu lado, mas sempre fui medrosa demais pra posar fora de casa ou passar tardes brincando com você na calçada. aquelas desculpas que eu dava pra não te encontrar não tinham pé, cabeça, teto e parede. é sobre o gelo que eu te dei porque não conseguia conversar com você sobre o que me incomodava na nossa amizade. me afastei até nos tornarmos estranhos conhecidos e provavelmente nunca vamos falar sobre isso. porque é possível que a gente não se fale mais. é sobre aquelas tuas mensagens carinhosas que eu nunca respondi. quem vê de fora, deve pensar que eu brinquei com o seu coração, mas eu só não tava pronta pra deixar alguém entrar. há muito tempo uso essa desculpa e ela não cola
Postagens recentes

laudo de agosto.

a percepção do tempo tem sido tão desconexa. algumas coisas deixaram de existir em algum momento desse ano, mas por não saírem da cabeça, parecem nunca ter ido embora. enquanto outras, ainda duvido de que tenham acontecido há apenas oito meses.  minha mente ultimamente tem se movimentado como um pêndulo, nunca completamente certa de onde está, sempre vagando tentando encontrar um bom lugar ao sol - mesmo que não se vejam muitos lugares com algum tipo de vista -.  às vezes me percebo tão enferrujada, como quem tenta voltar à vida, mas que ainda permanece cercada por uma barreira invisível. noutros momentos, parece que ainda tem tanto pela frente, mesmo que os últimos dias tenham sido tão terrivelmente iguais.  é incrível como falta algo em todo lugar que eu vou. estou começando a achar que não são os lugares, mas eu que me fragmentei a tal ponto, que agora pareço nunca estar completa, como quebra cabeça com peças demais.  tudo está perambulando pela minha cabeça, mas nada parece ficar.

ainda vejo você.

Todos os dias, entre um silêncio e outro, peço para algo ou alguém maior que eu me ajudar a te esquecer. Peço porque as lembranças chegam em horas inoportunas e porque as camadas me despertam sensações diferentes. De cores agradáveis a tons tristonhos numa fração de segundos. Estou cansada de me sentir dolorida. Me apego a fantasia de que as coisas irão mudar, de que iremos voltar a saber um do outro, mas sinceramente, não sei mais se acredito nisso. A cada dia dói mais me dar conta de que isso provavelmente não vai acontecer.  Dias se tornaram semanas e aos poucos, elas se tornam meses sem ouvir uma palavra sua. Tenho tantas coisas para te dizer que poderia encher um quarto de sílabas tônicas. Mas a minha cabeça já está começando a se esquecer de coisas básicas.  Aquelas mesmas ruas ainda me lembram você, mas eu não sei mais qual é a história que se passa aí dentro. Acho que não cheguei a saber por completo e isso me entristece novamente, como num looping perigoso em que eu não vejo

cativante cativa

entre intervalos de páginas em branco encontro títulos curiosos de filmes ou capas que cativam o meu olhar de tal forma que declaro "precisamos ser apresentados". às vezes consigo assistir logo que os conheço, mas tem horas que perco a deixa ou pior, não encontro uma maneira de conhecê-los a tempo. mesmo que o tempo não tenha uma hora certa para as coisas acontecerem. acho que não sou assim só com filmes, mas também com pessoas. os donos dos nomes que me atiçam a curiosidade ou as imagens que vejo (e crio?) de alguns humanos me dão vontade de conhecer mais. quero ver, escutar, assistir, tocar, conversar, viver. e quando não posso, me sinto frustrada. como já é de conhecimento comum, a expectativa é a mãe da roubada, mas dessa família eu infelizmente ainda não sou capaz de me desvincular. ler 2 capítulos de um livro perfeitamente interessante e ter que fechá-lo é, pra dizer o mínimo, decepcionante. não que eu não esteja acostumada a coletar decepções, - minha média é de duas p

é pra ser bom.

e foi. foram repetidas vezes de encontros alegres. momentos bons. memórias que eu não seria capaz de esquecer ou desvincular, principalmente agora num momento final. mas acho que caí em mim percebendo aquilo que eu já sabia, mas preferia não contar pra não atrapalhar os pequenos planos e breves respiros pacíficos amorosos.  nunca vi um sentimento bom como esse que cresceu chegar, mas de tão grande que ficou atravessou ruas, pediu carona e tomou seu rumo. percebeu que era gente e que queria ser amor. prestes a cruzar a ponte, resolveu verificar se a construção era forte o bastante para ser atravessada. dos mistérios misteriosos que se escondem nas entrelinhas não se decidiu por um caminho, e ao não fazê-lo, fez desta uma decisão. dúvidas são capciosas. interessantes de se observar à distância, mas perigosas para se carregar por tanto tempo sem saber o que se encontra na mala. há de haver um jeito de acelerar o esquecimento, mas pela minha experiência, esses movimentos forçados nunca fun