Todos os dias, entre um silêncio e outro, peço para algo ou alguém maior que eu me ajudar a te esquecer. Peço porque as lembranças chegam em horas inoportunas e porque as camadas me despertam sensações diferentes. De cores agradáveis a tons tristonhos numa fração de segundos. Estou cansada de me sentir dolorida. Me apego a fantasia de que as coisas irão mudar, de que iremos voltar a saber um do outro, mas sinceramente, não sei mais se acredito nisso. A cada dia dói mais me dar conta de que isso provavelmente não vai acontecer. Dias se tornaram semanas e aos poucos, elas se tornam meses sem ouvir uma palavra sua. Tenho tantas coisas para te dizer que poderia encher um quarto de sílabas tônicas. Mas a minha cabeça já está começando a se esquecer de coisas básicas. Aquelas mesmas ruas ainda me lembram você, mas eu não sei mais qual é a história que se passa aí dentro. Acho que não cheguei a saber por completo e isso me entristece novamente, como num looping perigoso em que eu não vejo
entre intervalos de páginas em branco encontro títulos curiosos de filmes ou capas que cativam o meu olhar de tal forma que declaro "precisamos ser apresentados". às vezes consigo assistir logo que os conheço, mas tem horas que perco a deixa ou pior, não encontro uma maneira de conhecê-los a tempo. mesmo que o tempo não tenha uma hora certa para as coisas acontecerem. acho que não sou assim só com filmes, mas também com pessoas. os donos dos nomes que me atiçam a curiosidade ou as imagens que vejo (e crio?) de alguns humanos me dão vontade de conhecer mais. quero ver, escutar, assistir, tocar, conversar, viver. e quando não posso, me sinto frustrada. como já é de conhecimento comum, a expectativa é a mãe da roubada, mas dessa família eu infelizmente ainda não sou capaz de me desvincular. ler 2 capítulos de um livro perfeitamente interessante e ter que fechá-lo é, pra dizer o mínimo, decepcionante. não que eu não esteja acostumada a coletar decepções, - minha média é de duas p