Ele me pergunta o que eu sinto. Eu digo, mas assim que as palavras saem da minha boca, eu mudo de ideia. Nunca tenho certeza de nada. Ainda mais sobre coisas abstratas que não podem ser mensuradas e provadas. Eu frequentemente voo pra longe. Para quão incrível o futuro pode ser e para o quão glorioso foi o passado. E a cada passo que a minha imaginação dá, é como se eu vivesse por alguns minutos (às vezes horas) em outra realidade e com isso, os meus sentimentos mudam. Eles são bem traiçoeiros. Eu tenho um poderoso arsenal de memórias e uma criatividade sem limites para criar diálogos, cenas. E não há nada que ninguém possa fazer sobre isso. A gente sempre tenta parar com o lance de criar expectativas, porque no fundo sabemos que essa prática dificulta a nossa felicidade florescer. Mas às vezes bate uma amargura em relação a vida. Sobre como ela não é do jeitinho que a gente gostaria que fosse. Então, temos a possibilidade (mesmo que etérea) de criarmos o que quise