O tempo vinha se comportando de forma espaçada. Eu tinha controle e possibilidade de escolher quais ponteiros fariam parte de meu relógio. A cautela se transformou em medo. Receio em sair dali, onde até o meu pulso poderia ser metrificado. Tudo estava na mais perfeita ordem, só que não havia espaço pra vida correr solta. Nem ela, nem eu mesma. Mas eu estava segura. Nada poderia me machucar. Quem poderia prever a dor que viria de dentro? O entorpecimento. A indiferença. O esquecimento. Eu estava tão protegida do mundo que resolvi me desproteger pra incomodar aquele medo do que havia lá fora. Uma cachoeira com tudo aquilo que eu nunca quis ver de frente me alcançou. E presa na proteção da cautela, não tive pra onde correr. Eu tô completamente quebrada de dentro pra fora. Por vezes me resgato de volta. Mas logo estou paralisada novamente. É uma luta diária entre ser feliz e sobreviver. Eu costumava saltitar sem porquês e agora choro também sem motivo alg...