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sou só eu aqui.

Vou confessar uma coisinha. Apesar de eu ter desaparecido daqui, eu nunca parei de escrever. Apenas parei de postar. Talvez por ter abandonado o formato crônica ou por ter passado muito tempo - basicamente os últimos 2 anos - achando que nada do que eu escrevesse merecia ser lido justamente porque estávamos (estamos?) à beira de um colapso sanitário, político e psicológico.

Passando tanto tempo dentro de casa e olhando o mundo sob lentes que enxergavam muito mais do que sou capaz, eu me vi ser engolida. Assim, como quem tá passando na rua e do nada vê aquilo se desfazer.

Na minha cabeça, nada do que eu sentia, pensava, dizia poderia ser necessário para qualquer pessoa. Era melhor ficar na minha. Os outros que falassem o que precisa ser dito. Para mim, de nada valia o meu mundo interno, enquanto tanta gente estava passando por tanta coisa. Tanta coisa que a gente não viu e só ouviu falar.

Eu tinha pra mim que eu nunca mais voltaria. Quando eu sentia a vontade da escrita chegar, eu corria escrever canções [pois é, hoje em dia tô cantora]. E eu não conseguia ver esse formato caber aqui. 

Mas hoje, sentada no sofá enquanto via o céu ficar cada vez mais escuro no fim da tarde, me senti um pouco solitária. Me lembrei do que eu costumava fazer quando isso acontecia. Eu escrevia. Digitava mais e mais palavras que se amontoavam e viravam o que eu nem sabia que estava sentindo.

Por coincidência ou não, eu já tinha feito uma musiquinha hoje. Então, acabei correndo pra segunda opção, um formato agora mais estranho do que conhecido pra mim.

E foi aí que eu percebi: esse espaço é mais pra mim do que pra qualquer outra pessoa. 

Ele não é um site especializado em absolutamente nada, mas ao longo dos anos de cada texto, consigo me ver mudando. Me recordo das palavras favoritas de cada fase escrita da minha vida. Me lembro dos amores, dos términos, das minhas dúvidas, descobertas e até das depressões. Lembro de momentos que se contados pra alguém não tem o mesmo sentido de que quando escrevo.

A palavra pensada e delicadamente levada para um lugar me deixa num estado de graça. Acho que eu estava com saudade de colocar cada carta na mesa e me mostrar o que eu não vejo.

Estou ciente de que, em pleno 2022, ninguém mais lê textos amadores em blogs. Mas como eu disse, o Fases de Alice es para mí (ah é, também comecei aprender espanhol nesse meio tempo rs), um lugar à prova de computadores que quebram, HDs que pifam, espaços de armazenamento que inevitavelmente se veem sem espaço.

Ele é um álbum escrito que me traduz para as minhas versões do futuro.

Convidados, obviamente, são sempre muito bem-vindos. Mas no geral, aqui sou só eu, para mim mesma. 

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Foto, texto, tudo: Carol Chagas (eu mesma)

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