Sempre gostei de observar a lua durante o verão. Nas outras estações também, mas parece que nesta específica, o céu ganha um brilho diferente. Não sei se é o calor, as férias ou a posição de algum planeta no nosso mapa astral. Mas o verão dá aquela sensação de que a gente faz parte do lugar onde estamos.
A lua, sempre presente nos outros dias do ano, se torna agora mais nossa. Assim como o sol, as ruas e aqueles lugares pelos quais passamos e instantaneamente lembramos de alguma partezinha do nosso passado.
O problema em achar que todas estas coisas são um pouco nossas está justamente no fato de que elas não são. E nunca serão. A gente pode pegar emprestado. Até morar durante um tempo. Mas não dá pra levar pra outros lugares, nem nada do tipo.
E talvez esta seja a graça.
Quando algo que é livre está com a gente, temos a certeza de que existiu ali uma escolha. Uma vontade. E mesmo que esse algo volte em poucas horas, dias ou meses de onde ele veio, aquele momento foi e será nosso.
Por mais óbvio que pareça, não dá pra carregar de um lado pro outro o cenário e os atores de um filme, mas a lembrança que temos da história toda cabe no bolso de trás da memória.
A gente fica o tempo todo tentando possuir as coisas, as pessoas e os lugares. E a grande ironia é que quando alguém tenta fazer isso conosco, julgamos como absurdo. E é mesmo. Somos absurdos. Todos nós. De algum jeitinho, a gente sempre esbarra num muro que nós mesmos criamos para nós e pagamos a língua.
A possessividade e a ânsia pelo controle em relação aos outros e até comigo mesma esbarram na minha necessidade de ser livre. Nesse caso, a versão de quem eu era e ainda sou (por enquanto) precisa dar espaço pra quem eu quero ser.
Alguém que se coloca como prioridade e busca a paz de espírito acima de todas as coisas.
Pra mim, o ano novo começa mesmo quando o nosso aniversário chega. Mas gosto da ideia de ciclos chegando ao fim, é como se a gente recebesse permissão pra enfim mudar. E começar algo novo.
Mesmo que a lua e todo o resto sejam os mesmos por aqui, a gente precisa entender que podemos (e devemos) mudar. Faz bem pra cabeça, pra alma e pro coração.
Um 2018 cheio de vida pra vocês.
Foto e texto: Carol Chagas
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