Eu queria que a gente fosse compatível. Não porque faríamos bem um pro outro, mas porque eu queria alguém do meu lado. Mas esta não é uma boa justificativa. Nem pra você, nem pra mim.
Esta é apenas uma das muitas curvas que levam a gente. E você tentou me levar, mas eu não deixei. Por ainda estar em outra estrada e por mais tarde descobrir que o que eu queria mesmo era dirigir sozinha. Não havia espaço para caronas.
Algumas coisas e pessoas são apenas o que têm que ser. E a gente tem que deixar. Mesmo que incomode e dê saudade. Você pode dizer que eu fui resistente e inflexível. E eu fui mesmo. Mas não é porque eu tinha medo de viver. É porque eu sentia que tudo estava tão errado como quando a gente veste uma roupa apertada. No fim do dia, incomoda.
Eu acredito pra valer no tal do timing. E o nosso foi errado pra termos futuro, mas certo o bastante pra fazer com que eu me desapegasse do passado. Talvez este fosse o objetivo, afinal. Tá aí algo que eu nunca vou saber.
Juntos éramos fogo. Mas a verdade é que eu não queria queimar. Eu quero mergulhar e não dá pra fazer isso com algo que se desfaz depois da combustão. E a gente era assim. Queimávamos, pra logo depois virarmos pó.
Eu não quero me desfazer. Quero perder partes minhas aos poucos, não de uma vez. Assim como estou perdendo agora a minha parte que se prendia a você.
Te liberto, me liberto.
Que a gente seja livre e consciente o bastante para não incendiar um ao outro novamente.
Foto e Texto: Carol Chagas
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