Pular para o conteúdo principal

Inquietações da Madrugada

Já são quase duas da manhã. E eu já deveria estar dormindo. Mas estou aqui. Cheia de dúvidas e questionamentos. Com pulgas, carrapatos e um zoológico inteiro atrás da orelha. Cobrando dos amigos respostas de perguntas que eles não sabem como responder. Afinal, quem é que sabe? 

Por mais que o mundo diga que é preciso se arriscar em relação aos sentimentos, meus pés (bem grudadinhos no chão) não conseguem seguir tão facilmente esse conselho. Minha natureza desconfiada não deixa.  

É como se eu fosse aqueles juízes que precisam decidir se alguém é culpado ou inocente. Preciso de fatos concretos, de provas. E isso ninguém pode me dar. Então, eu fico simplesmente aqui parada. Consumida pela dúvida. Entre quem você realmente é e o que falam de você. 

Já cometi o mesmo erro e me lembro claramente de prometer a mim mesma para não ouvir mais as vozes alheias. Mas tá difícil. O medo de me machucar fala mais alto. Eu sei que é besteira, eu posso aguentar. Porém a facilidade de fugir é tão mais fácil. 

Tô com medo de pagar pra ver. E não gostar nem um pouco disso. Vai ensinar? Vai. Mas será que eu preciso aprender tanto assim? Diz que não. Já dizia Jout Jout: "O ser humano sofre com a ideia de um sofrimento futuro, por medo de sofrer, sofrendo o triplo do esperado." 

É culpa minha. Eu tenho mania de intensificar as coisas. Coloco sentimento demais em superfícies. O que faz com que a pouca profundidade transborde. Tá tudo na cabeça. A gente sofre porque na nossa mente, criamos uma história com base num parágrafo. A imaginação voa longe. 

Achei que eu já fosse capaz de controlar o que eu sinto, não me importar com as circunstâncias. Mas eu me importo. Da última vez, eu não me importava nem um pouco e também não deu certo. Por um mundo onde eu consiga confiar mais. Em mim mesma e nos outros. E consiga dormir sem dúvidas. Me importar sem receios. 

Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

thread de despedida.

é engraçado pensar que eu via o meu twitter como um lugar seguro para despejar minhas memórias, arquivar minhas fotos e deixar ali os meus sentimentos mais infames: sem muita coerência ou vergonha e cheios de volatilidade.  e assim como as emoções se dissipavam, os registros agora também se transformaram em coisa nenhuma. deixaram marcas em quem conhecia e insistia em insistir, mesmo com a quantidade absurda de propagandas, inverdades e um dono megalomaníaco. um espaço que me acompanhou durante a adolescência, o início da vida adulta e que pasme, também me fez ver o brasil como uma coisa grande e única, acho que tive ali minha primeira percepção de coletividade nacional.  e ao mesmo tempo em que via como todas as experiências eram universais, também chegaram a mim perspectivas absolutamente únicas.  o que um dia foi um lugar de reclamação rotineira e individual se tornou um espaço de acusações inflamadas, revolta generalizada, onde palavras sem vírgulas não eram o problema, mas sim o b

A Verdade Sobre os Desenhos

Como qualquer criança normal, eu passei minha infância assistindo desenhos (ainda assisto haha). Só que quando a gente cresce, passa prestar mais atenção ainda neles. Outro dia, eu descobri alguns significados ocultos de um desenho que eu assistia, e resolvi pesquisar MAIS sobre outros. Veja abaixo. 7 Monstrinhos O desenho era exibido na Tv Cultura. E quem era fã mesmo, tinha até a música de abertura decorada hehe. Tudo muito lindo, mas e se eu te dissesse que ele era uma crítica contra o nazismo? Isso mesmo. De acordo com algumas teorias, os 7 monstrinhos representariam a visão dos alemães sobre os judeus.  Eles eram vistos como monstros, possuíam o nariz bem grande, e olha só que coincidência: No campo de concentração, eram identificados por Números. Um dos personagens usava um pijama listrado bem idêntico ao uniforme que os judeus que eram presos tinham que usar, e eles também moravam no sótão (local onde os judeus se escondiam).  Bob Esponja Para o nosso que

Os Signos dos Cantores

Música é uma das melhores coisas da minha vida e acredito que na de muita gente também. Ela está presente em diversos lugares e nas mais diversas línguas, mas na última semana ela está ainda mais em evidência aqui no Brasil. Sim, estou falando do Rock in Rio ♥  Inspirada nessa vibe musical, decidi fazer um post sobre os cantores, mas de um jeitinho diferente. Quem me conhece, sabe que eu amo astrologia e, geralmente, acho alguma semelhança entre pessoas do mesmo signo.  Então, para celebrar a minha mania de procurar o aniversário dos cantores, resolvi reunir muitos deles em um post :) Lembrando que podem existir diferenças nos perfis que eu descrevi, dependendo do ascendente e da posição das casas , okay? Agora vai lá, ler :P Áries Os arianos são conhecidos por iniciar, colocar em prática coisas que ainda não foram realizadas. E que, por esse motivo, sempre são lembrados por seus feitos.  Áries é o tempo de começos e isso fica ainda mais evidente ao observarmos

espero que nunca.

Desde os 6 anos, sempre vi a morte perto demais. Nada de substancial me aconteceu nesta idade ou no restante dos anos em relação ao assunto, mas sempre senti que era questão de tempo, mesmo que o tempo em questão acontecesse somente dentro da minha cabeça. Assim como uma grande amiga,  não sei direito o que é intuição e o que é medo.  Frequentemente, essas duas linhas se cruzam e eu não consigo distingui-las muito bem. Pelo sim, pelo não, tento ignorar. Mas sempre imagino que aquela é a exceção da regra quase impraticável que se pratica na minha mente. Vai acontecer, eu sinto, tenho certeza. E nada de ruim acontece. Por mais que eu pense, repense e, de longe, vibre com isso. Não me leve a mal, não torço para que coisas ruins aconteçam, muito menos para que eu esteja certa, não tenho tanto apego à razão, como pudemos ver em todas as linhas acima. Eu  apenas minto para mim mesma e me acredito até que a vida se prove contrária . E para minha angústia, mas felicidade, ela sempre se prova.

TOP 5: Séries Que Se Passam na Praia

As férias já estão quase no final, mas ainda temos a companhia do verão por um tempinho (até dia 20 de Março). E as praias costumam ser o local favorito da galera nos dias de calor. Como eu vivo em uma cidade litorânea há 19 anos, confesso que nem dou mais tanta bola.  Mas nem eu mesma escapo dela nos dias muito quentes. Se você não mora em nenhum lugar que tenha mar (♥), não se preocupa! Fiz uma lista com 5 séries que se passam no litoral, só pra você matar a vontade fazendo maratonas :)  Desde criança, me identifiquei muito com todas elas, tirando o fato de que eu não ia a todo momento como os personagens :P Mas isso são detalhes. Bora assistir os seriados? ;) The O.C. Em The O.C., Ryan Atwood é um adolescente que passa por muitos problemas. Logo no início da série, ele é preso por causa de seu irmão, que foi pego roubando um carro. Ryan acaba sendo solto graças a um advogado do estado.  Este sente pelo garoto e o leva para viver em sua casa. O que o menino não

Teatro do Absurdo

Oi, galera. Bom, provavelmente vocês não sabem, mas eu faço aulas de Teatro. Comecei no ano passado pra perder a timidez, mas acabei gostando da coisa, então  resolvi continuar. E ne sse ano, o lugar onde eu faço aula, estabeleceu que cada turma irá trabalhar um tema diferente. A minha turma ficou com o Teatro do Absurdo. Alguém aí já ouviu falar? O Teatro do Absurdo foi criado na segunda metade do Século XX, após a Segunda Guerra Mundial pelo crítico Martin Esslin, ao colocar sob um mesmo conceito obras de dramaturgos completamente diferentes, mas que também fugiam da realidade. O Absurdo tem a ver com que é contrário á razão, contraditório. O gênero descende do Surrealismo e do Anfi-Teatro. Depois de assistir a um filme do gênero, percebi que todo mundo conhece o tal Absurdo, porém nem todo mundo se dá conta disso. Eu explico. Sabe aquela série ou vídeo de humor, que parece não ter sentido, mas na verdade, é uma crítica social? Então, isso é Teatro do Absurdo. Pela min

ainda vejo você.

Todos os dias, entre um silêncio e outro, peço para algo ou alguém maior que eu me ajudar a te esquecer. Peço porque as lembranças chegam em horas inoportunas e porque as camadas me despertam sensações diferentes. De cores agradáveis a tons tristonhos numa fração de segundos. Estou cansada de me sentir dolorida. Me apego a fantasia de que as coisas irão mudar, de que iremos voltar a saber um do outro, mas sinceramente, não sei mais se acredito nisso. A cada dia dói mais me dar conta de que isso provavelmente não vai acontecer.  Dias se tornaram semanas e aos poucos, elas se tornam meses sem ouvir uma palavra sua. Tenho tantas coisas para te dizer que poderia encher um quarto de sílabas tônicas. Mas a minha cabeça já está começando a se esquecer de coisas básicas.  Aquelas mesmas ruas ainda me lembram você, mas eu não sei mais qual é a história que se passa aí dentro. Acho que não cheguei a saber por completo e isso me entristece novamente, como num looping perigoso em que eu não vejo

laudo de agosto.

a percepção do tempo tem sido tão desconexa. algumas coisas deixaram de existir em algum momento desse ano, mas por não saírem da cabeça, parecem nunca ter ido embora. enquanto outras, ainda duvido de que tenham acontecido há apenas oito meses.  minha mente ultimamente tem se movimentado como um pêndulo, nunca completamente certa de onde está, sempre vagando tentando encontrar um bom lugar ao sol - mesmo que não se vejam muitos lugares com algum tipo de vista -.  às vezes me percebo tão enferrujada, como quem tenta voltar à vida, mas que ainda permanece cercada por uma barreira invisível. noutros momentos, parece que ainda tem tanto pela frente, mesmo que os últimos dias tenham sido tão terrivelmente iguais.  é incrível como falta algo em todo lugar que eu vou. estou começando a achar que não são os lugares, mas eu que me fragmentei a tal ponto, que agora pareço nunca estar completa, como quebra cabeça com peças demais.  tudo está perambulando pela minha cabeça, mas nada parece ficar.