Pular para o conteúdo principal

Postagens

Erros que cometemos, barreiras que construímos.

Mongaguá, 2017. Às vezes a gente erra. E erra feio. Todo mundo diz que é bom, saudável até, que sempre aprendemos uma lição. Mas ninguém explica o que a gente faz pra consertar o que quebrou. Pedir desculpas ao outro quando não entendemos o erro que cometemos e o porquê de ele ter se magoado com isso parece errado.  Sempre falamos de empatia, mas é difícil senti-la quando você mesma não se imagina na posição de outra pessoa. Justamente porque você espera nunca estar nela. Talvez você nunca tenha entendido muito bem essa coisa de sentimentos.  Você escreve sobre eles e dá conselhos pra quem precisa. Mas quando é a sua vez, existe uma barreira. Nós reconhecemos o que construímos, mas é complicado derrubar aquilo que talvez nós precisemos usar de abrigo caso algo dê errado.  E sempre dá errado. O certo é tão passageiro que eu mal consigo reconhecê-lo nas ruas. De qualquer cidade, em qualquer estado. O problema tá aqui dentro. E diferente dos dilemas alheio...

Tudo passa, até a dor da saudade.

Entrei no ônibus. O fone já estava no ouvido e as lágrimas já nasciam dos olhos. Mas as músicas e o motivo do choro eram dessa vez diferentes. A saudade que eu sentia transbordava. De dentro pra fora. Uma mágoa da vida surgia em mim.  Eu que sempre julguei o drama alheio, precisei pagar minha língua com a dor que crescia no peito. E não foi fácil, não. Enquanto saía da cidade, lembrava de cada memória vivida e bem aproveitada.  É engraçado como quando cheguei aqui, a minha vontade era fugir. E hoje, eu só queria ficar. Mais um dia, uma semana ou até quando o sentimento continuasse a existir. Eu que sempre gostei de deixar partes minhas nas ruas, me vi querendo levar cada uma delas comigo. Pra onde quer que eu fosse.  A gente sempre acha que se conhece e sabe as respostas para as perguntas do mundo. E isso realmente dá certo por um tempo. Até a gente mudar por dentro.  Voltei pra "casa" mais simples e descomplicada do que já fui na vida. Mas ta...

A gente muda e o mundo muda junto.

A praia tá ali, onde sempre esteve. E eu estou no mesmo banco, onde sempre fiquei pra observar as ondas. No lugar perfeito onde eu posso observá-las, mas não preciso fazer parte delas.  É engraçado como os lugares mudam (mesmo que não tenham mudado), quando a gente muda também . A areia continua da mesma cor. E o céu ainda veste aquele azul clarinho que, pra mim, costumava ser o azul mais vivo que eu já tinha conhecido.  Até eu mudar. E viver sob um céu que usa um azul mais forte. E morar numa cidade onde as estações são super definidas e eu quase não sinto calor.  Ali, naquele banco, eu sempre me senti livre. Mas hoje, a atmosfera me prendia. Aquele calçadão que eu tanto amava e que era pra mim, um símbolo de liberdade, mais parecia agora uma gaiolinha de maior extensão.  O verão que antes parecia um inferninho com tantos turistas, hoje é uma oportunidade. De aproveitar aquilo que não faz mais parte da minha vida. De tentar, mesmo que erroneament...

Eu escolho o agora.

Eu costumava ser uma pessoa ansiosa. Do tipo que quando era chamada para fazer algo (um evento, um rolê, uma volta), criava mil e uma situações que poderiam acontecer e como eu deveria reagir a cada uma delas.  Eu chamava isso de preparação mental e o fazia toda vez que saía de casa. Sendo assim, era um tanto quanto estressante e exaustivo pra mim sair. Pra qualquer lugar.  E por muitos anos, eu acreditei que eu era uma pessoa introvertida/tímida justamente porque passar meu tempo em casa significava não receber a tonelada de estresse que eu recebia antes de ir lá fora. No ano passado, mudei de cidade e naturalmente, muita coisa mudou aqui dentro.  Sair de casa passou a ser algo tão constante, que se tornou natural. Eu quebrei um hábito que agora vejo que só me fazia perder oportunidades. De conhecer pessoas, lugares e vivenciar experiências diferentes.  Essa mudança aparentemente tão pequena funcionou como um efeito em cadeia dentro de mim. Ela me...

VLOG: Me deixa ser metamorfose ambulante.

Costumo acreditar que a vida tem seu jeitinho próprio de fazer as coisas andarem nos trilhos. E como aconteceu no meu caso, ela fez questão de botar fogo em cada meio de transporte que eu usei para fugir do trem.  Só que tentar escapar daquilo que mora dentro da gente é como correr em círculos . No final de tudo, você acaba: sentada, sozinha e obrigada a pensar em tudo aquilo que fez de conta que não viu. Desde o primeiro relacionamento mal sucedido que você teve á relação complicada com sua família.  Quando a gente muda longe das pessoas, querendo ou não, é como se não tivéssemos mudado para elas. E ao voltar a conviver com as mesmas, estas se surpreendem.  Com teu gosto musical ou com o que você fala/faz. E é esse o momento crucial.  Onde tem gente que te aceita e gosta do teu novo eu. Mas tem também quem se afaste. E por mais triste que isso possa parecer, aprendi que este é um dos fatos mais naturais da vida. Já dizia um ditado famosinho na internet "se...