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Mostrando postagens com o rótulo Medos

Para todos os medos do mundo.

Abril, 2018. Aos quinze, altura era um de meus maiores medos. Só de encostar na sacada da minha casa na época, eu sentia náuseas. Eu pensava na queda. Na possibilidade de me desequilibrar. Que tolice seria morrer por descuido, pelo acaso, eu pensava. O hipotético momento de descontrole me deixava aterrorizada.  Eis que num dia ensolarado, me vi ocupando um lugar numa montanha-russa. Passei cinco horas na fila e, tinha sido incrível. Meus amigos e eu nos divertimos tanto que, não havia sobrado espaço para o medo crescer. Quando vi, já estava sentada. As travas - que não eram lá muito seguras, para meu desespero - já haviam sido abaixadas, quando perguntei para meu amigo "ainda dá pra desistir?". Ao que ele nem precisou responder, já que o brinquedo começou a andar. Os primeiros 30 segundos foram os piores da minha vida. Uma subida lenta e dolorosa. Eu desmoronava de dentro pra fora ao pensar na descida. Não conseguia não deixar meus olhos abertos. Lá do alto, vi ...

Pra que lado a vida continua?

A roleta gira mais uma vez. As placas tectônicas se chocam. A Terra dá a volta ao redor do Sol. As pessoas pegam seus ônibus, trens, carros e caronas. Cada um com seus horários, compromissos ou qualquer coisa que possa ser anotada na agenda.  Sinto saudade de espaços vazios. Não daqueles físicos, esses tenho de sobra. Mas daqueles que estão soterrados pela pilha de planos e sonhos acumulados que se estende até o final da rua. Rua essa que nem sei se será a minha nos próximos meses. Descobri que detesto mudanças. Gosto do efeito transformador delas, mas até que elas cheguem eu as resisto ao máximo.  Fujo, corro e me tranco no banheiro. Peço pra sair. E escolho ficar escondida e segura onde existe estabilidade. É inútil e decepcionante. Mas é o meu instinto. Se as coisas ficam difíceis ou felizes demais, eu preciso ficar sozinha. De preferência com o bloco de notas em branco do meu lado, só por via das dúvidas. Pareço uma criança que bate o pé na esperança de ...

Temporal

Oi, gente. No vídeo que eu fiz para responder as perguntas da TAG , deixei escapar que estava com um sério (nem tanto) bloqueio criativo. No último mês, aconteceram muitas e poucas coisas ao mesmo tempo. Parece papo de maluco, mas eu explico.  É tipo a chuva durante o mês, sabe? Passam-se meses sem uma única gota, mas de repente um temporal ocorre e vira tópico de notícia em todos os jornais. O que acontece é que esse temporal, na maioria das vezes, deixa feridos pelo caminho. Digamos que tenha rolado uma tempestade, já aviso que não houveram feridos. Mas mesmo assim, a sensação incômoda chegou para ficar. Mesmo que ela já tenha passado, a seca trouxe a solidão. E com ela vieram pensamentos não muito legais, que felizmente parecem estar se afastando aos poucos. Acho que irá chover daqui alguns dias. Talvez eu esteja me autossabotando (falarei sobre isso em algum post). Não sei se vocês sabem, mas sabe do que eu morro de medo? Da felicidade! Sim, parece imbecil dizer ...

Acesso Restrito

É incrível como um bom livro pode deixar a gente mais inspirado. Só os especiais conseguem nos transformar e deixar a gente mais (qual é a tradução de believer mesmo?) na vida. Mais crente, isso mesmo.  Sempre sou muito influenciada pelo que leio, ouço e assisto. Por isso, gosto de escolher muito bem antes de experimentar. O que nem sempre é muito bom. Apesar de já ter lido muitos livros, nunca ousei muito no gênero. Sempre transito entre Young Adults e Distopias, ou seja, muito do mesmo. Nunca saio da minha zona de conforto literária. Uma parte de mim teme que eu não goste do livro e o abandone (Coisa que nunca fiz com nenhum livro!). Pensando nessa psicologia nada lógica da minha mente, comecei a perceber que eu também sou assim na vida. Quando vou a um restaurante novo e experimento um dos pratos, duas coisas podem acontecer: Eu não gostar dele e nunca mais pedi-lo ou eu adorar e nunca mais provar outro prato do mesmo restaurante. Vocês devem pensar que eu so...

O Velho Medo de Altura

A cada segundo que passa, algo acontece. Pessoas chegam e vão embora, sorriem e choram, amam e odeiam. Enquanto isso, o mundo dá voltas. Nós respiramos e vivemos como se nada estivesse acontecendo. Como se tudo estivesse parado. Quando, na verdade, está em movimento. Nós que estamos olhando para a direção errada. Em meio a buzinas, sirenes e afins, nos perdemos da atração principal: a vida. Sempre alegando que estamos atrasados. Mas o que realmente ocorre, é que somos soterrados pela nossa ideia de tempo. Para que criaram as horas, se frequentemente as ignoramos? Ultimamente tenho me sentido perdida no meio disso tudo. É como se eu tentasse sair da montanha russa no momento crucial da descida. Infinitas subidas e descidas. Nada estável. Pelo contrário, mais movimentado do que de costume. O que acontece é que está na hora de mudar. E ver que todos estão conseguindo acompanhar as mudanças, me deixa insegura. Como se eu estivesse ficando para trás. Tudo é tão incerto. Parec...