Eu tô com uma coleção de palavras guardadas dentro de mim. E elas são sobre os mais variados assuntos: vida, amor, falta de autoconhecimento e confusão.
Sempre fui o tipo de pessoa que pensava muito antes de agir (e acabava não agindo, no final das contas). Autopreservação era o meu estilo de vida favorito. Mas em algum momento, conheci o gatilho da impulsividade e ele parece ter vindo pra ficar. Pelo menos, tá comigo até agora.
Não vou mentir, ele me fez viver. Fez com que eu me arriscasse e sentisse aquela adrenalina boa que dá quando a gente faz algo que tem vontade. Em meio a tanto medo, a simplicidade desse impulso todo me libertou. Não completamente, mas uma parte de mim é mais livre do que era há um ano atrás.
Só que essa impulsividade é um grande paradoxo. Ela abre as portas e as janelas da tua casa pro mundo e isso faz com que você conheça o novo. Mas por te apresentar a muitas coisas, também traz caos. Do tipo que te confunde e bagunça tudo que já existia de estabelecido. E por estar confusa, você acaba tropeçando em todo mundo. É o clássico efeito dominó: você cai e quer levar todo mundo junto contigo.
Esse gatilho maravilhoso da impulsividade é útil, mas só quando estamos de bem com a vida. Quando algo está errado, ele se torna um gatilho pra fazer merda. Existem alguns momentos que são só nossos, de mais ninguém. E a gente precisa entender que ficar sozinho, às vezes, é a melhor coisa que podemos fazer por nós mesmos (e pelos outros também).
A liberdade de ir lá fora é tão importante quanto a de ficar aqui dentro. Se permitir sentir o que quer que o seu coração queira sentir é ser legal consigo mesmo. É saber dar espaço pra você se curar, se encontrar, pra depois seguir o tal do baile.
Se perder nas noites é divertido, mas quando não estamos bem, só faz com que a gente se perca mais de quem somos, vai por mim. E eu tô afim de me encontrar, mesmo que seja dentro de uma panela de brigadeiro com uma série de 13 temporadas de fundo.
Foto e texto: Carol Chagas
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