Pular para o conteúdo principal

O Mundo Tem Todo o Nosso Tempo

Faz um tempinho que eu não clico na aba de "nova postagem". Faz um tempinho que eu não faço muitas coisas. Algumas delas me faziam bem, outras nem tanto assim. Descobri que o ano voou. Como sempre.

E que, apesar de tantas coisas terem acontecido nos últimos 12 meses, ainda sinto como se o tempo tivesse escorregado dos meus dedos magros e compridos. Não estou satisfeita com ele (acho que ninguém está, não é mesmo?). 

Apesar de eu ter vivido tantas coisas legais nos últimos tempos e sei lá, ter crescido tanto, ainda falta algo. Faltou algo. Eu não sei o que é, nem onde eu encontro esse negócio ou até mesmo se ele existe. Só sei que esse bagulho tá fazendo falta. 

Eu sou uma pessoa feliz, tenho quase certeza disso. Mas não o tipo de feliz que sempre posta uma foto bonitinha nas redes sociais (apesar de eu ter feito isso nas últimas 2 semanas, ops) ou que sempre tá de bem com a vida (apesar de eu frequentemente ser vista sorrindo). 

O lance é que tem um vazio aqui dentro. O tipo de vazio que não se explica, se sente. E é difícil descrevê-lo, porque só quem o possui, sabe do que eu tô falando. Quando eu me distraio, eu não o sinto. Mas quando a solidão bate na porta, é como se, ignorar sua existência fosse impossível. 

Sobre a solidão, eu não me refiro ao estado físico de se estar sozinha, mas sim sobre o fato de me sentir só. Existem vezes em que eu estou sozinha e não me sinto dessa forma, assim como o vice-versa também acontece. 

De vez em quando, eu só tenho a sensação de que eu preciso de tempo. Em um mundo onde as coisas acontecem mais rápido do que a nossa olhada frenética pela timeline, é extremamente difícil ter um momento de paz genuína. 

Talvez este seja o negócio que eu tenho procurado. Pode ser que este seja o lance que tá faltando aqui dentro. Eu já sei de cor que o mundo não para pra ninguém e todo aquele blá blá blá de que a gente não pode parar um segundo, se não vamos perder algo extremamente importante (que no fim, nem é tão relevante assim). 

Mas às vezes, a gente só precisa de tempo. Pra se entender, pra observar a cor incrível que o céu está usando hoje, pra viver. Por mais que a gente insista que não existe tempo pra isso, precisamos arranjar alguns segundos, minutos ou até mesmo horas. 

A gente precisa fazer esse esforço para encontrar o que tanto procuramos e evitar que o vazio dentro de nós mesmos se torne maior do que a nossa própria alma. 

Às vezes a gente o encontra numa caminhada qualquer quando paramos pra pensar na vida ou quando fazemos algo completamente diferente do que já fizemos. O lance é que precisamos tentar. É a nossa melhor alternativa.

Foto: Rhuann Taques
Texto: Carol Chagas

Follow my blog with Bloglovin

Comentários

  1. Este texto resumi o que estou sentindo agora...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gosto tanto quando alguém se identifica com algo que eu escrevi, obrigada por comentar :)

      Excluir

Postar um comentário

qual foi a última coisa que você comeu?

Postagens mais visitadas deste blog

A Verdade Sobre os Desenhos

Como qualquer criança normal, eu passei minha infância assistindo desenhos (ainda assisto haha). Só que quando a gente cresce, passa prestar mais atenção ainda neles. Outro dia, eu descobri alguns significados ocultos de um desenho que eu assistia, e resolvi pesquisar MAIS sobre outros. Veja abaixo. 7 Monstrinhos O desenho era exibido na Tv Cultura. E quem era fã mesmo, tinha até a música de abertura decorada hehe. Tudo muito lindo, mas e se eu te dissesse que ele era uma crítica contra o nazismo? Isso mesmo. De acordo com algumas teorias, os 7 monstrinhos representariam a visão dos alemães sobre os judeus.  Eles eram vistos como monstros, possuíam o nariz bem grande, e olha só que coincidência: No campo de concentração, eram identificados por Números. Um dos personagens usava um pijama listrado bem idêntico ao uniforme que os judeus que eram presos tinham que usar, e eles também moravam no sótão (local onde os judeus se escondiam).  Bob Esponja Para o ...

Trilha Sonora: Simplesmente Acontece

Não sei se vocês perceberam, mas eu meio que amei o filme Love, Rosie (Sim, prefiro o título original). Mesmo já tendo feito um post sobre ele , não pude deixar de comentar a Trilha Sonora.  A história se passa durante muitos anos e a música evolui com ela. Nem preciso dizer que achei esse fato fantástico. Além disso, os nomes variam entre artistas famosos como Beyoncé a outros não tão conhecidos assim, mas incríveis igualmente.  Ah, tem até composição instrumental, que super combina com os momentos das cenas. Resolvi escolher as minhas favoritas e colocar aí embaixo para vocês ouvirem e amarem tanto quanto eu estou amando (:  Algumas delas você só vai gostar mesmo se assistir o filme haha (já falei como é bom lembrar de uma cena ao ouvir uma música).  Lily Allen - Littlest Things Elliott Smith - Son of Sam Lily Allen - Fuck You Kodaline - High Hopes KT Tunstall - Suddenly I See Beyoncé - Crazy in Love ...

Os Signos dos Cantores

Música é uma das melhores coisas da minha vida e acredito que na de muita gente também. Ela está presente em diversos lugares e nas mais diversas línguas, mas na última semana ela está ainda mais em evidência aqui no Brasil. Sim, estou falando do Rock in Rio ♥  Inspirada nessa vibe musical, decidi fazer um post sobre os cantores, mas de um jeitinho diferente. Quem me conhece, sabe que eu amo astrologia e, geralmente, acho alguma semelhança entre pessoas do mesmo signo.  Então, para celebrar a minha mania de procurar o aniversário dos cantores, resolvi reunir muitos deles em um post :) Lembrando que podem existir diferenças nos perfis que eu descrevi, dependendo do ascendente e da posição das casas , okay? Agora vai lá, ler :P Áries Os arianos são conhecidos por iniciar, colocar em prática coisas que ainda não foram realizadas. E que, por esse motivo, sempre são lembrados por seus feitos.  Áries é o tempo de começos e isso fica ainda mais evidente a...

decrescente

quando eu estava passando pela adolescência, juntamente com o turbilhão de emoções saltitantes e em declínio, acontecia uma coisa engraçada. todo dia quando acordava, me via maior do que no dia anterior.  não que eu seja grande, mas por alguns anos, cresci como numa corrida quase que involuntária, sem depender muito de mim ou de algum esforço meu.  assim como a minha altura mudava literalmente do dia para noite, ano após ano, eu também mudava de sala de aula, matérias e professores. mudanças que dependiam de mim, mas que também seguiam a lei natural escolar brasileira.  minha vida caminhava pra frente, mesmo que eu não estivesse afim ou que eu não soubesse direito qual decisão seguir. assim como tantos, vivi esses anos achando que seria sempre assim. que tudo se encaminharia, correria seu curso natural, progressivamente.  de tanta estabilidade, acho que hoje me sinto em queda. acordo todos os dias do mesmo tamanho e não sei se me sinto progressiva, em crescimento. às...

o imo de tudo.

Essa época do ano sempre traz surpresas, mas neste ano, tem me aparecido o silêncio. Ele, que é resposta e pergunta, acento agudo e circunflexo, frase e oração.  Tenho preferido essa distância do que quer que seja verdade. Sempre prefiro saber, mas neste caso em especial, acho que prefiro esperar. Assim como o cacho de bananas verdes que comprei hoje no mercado, algumas coisas são melhores maduras.  Acho que tenho me preferido como companhia e flanar tem sido meu verbo favorito por não saber direito como me portar ultimamente.  já tive tantos sonhos, tantos, que chega a ser maluco pensar que de todas as vidas que sonhei, essa é a que tenho. Não me leve a mal, acho até que me divirto e tudo mais, mas o que eu vivo agora não chega nem perto do que sonhei.  e talvez a vida adulta seja isso mesmo, quebrar a cara, as expectativas, o pau da barraca. mas será que é isso mesmo? sinto que se deixasse de existir hoje, me veria incompleta. sinto falta de mim, mas mais do que is...

laudo de agosto.

a percepção do tempo tem sido tão desconexa. algumas coisas deixaram de existir em algum momento desse ano, mas por não saírem da cabeça, parecem nunca ter ido embora. enquanto outras, ainda duvido de que tenham acontecido há apenas oito meses.  minha mente ultimamente tem se movimentado como um pêndulo, nunca completamente certa de onde está, sempre vagando tentando encontrar um bom lugar ao sol - mesmo que não se vejam muitos lugares com algum tipo de vista -.  às vezes me percebo tão enferrujada, como quem tenta voltar à vida, mas que ainda permanece cercada por uma barreira invisível. noutros momentos, parece que ainda tem tanto pela frente, mesmo que os últimos dias tenham sido tão terrivelmente iguais.  é incrível como falta algo em todo lugar que eu vou. estou começando a achar que não são os lugares, mas eu que me fragmentei a tal ponto, que agora pareço nunca estar completa, como quebra cabeça com peças demais.  tudo está perambulando pela minha cabeça, mas ...

cativante cativa

entre intervalos de páginas em branco encontro títulos curiosos de filmes ou capas que cativam o meu olhar de tal forma que declaro "precisamos ser apresentados". às vezes consigo assistir logo que os conheço, mas tem horas que perco a deixa ou pior, não encontro uma maneira de conhecê-los a tempo. mesmo que o tempo não tenha uma hora certa para as coisas acontecerem. acho que não sou assim só com filmes, mas também com pessoas. os donos dos nomes que me atiçam a curiosidade ou as imagens que vejo (e crio?) de alguns humanos me dão vontade de conhecer mais. quero ver, escutar, assistir, tocar, conversar, viver. e quando não posso, me sinto frustrada. como já é de conhecimento comum, a expectativa é a mãe da roubada, mas dessa família eu infelizmente ainda não sou capaz de me desvincular. ler 2 capítulos de um livro perfeitamente interessante e ter que fechá-lo é, pra dizer o mínimo, decepcionante. não que eu não esteja acostumada a coletar decepções, - minha média é de duas p...

Fotografando #11

Foto: We Heart It Apesar de Novembro sempre ter sido considerado por mim o melhor mês do ano (já que eu faço aniversário nessa época), ele foi difícil. Em muitos aspectos. Pra falar a verdade, estou feliz que ele acabou, assim alimento aquela falsa ilusão de que dá pra começar de novo.  Mas vamos parar com o mimimi, porque também aconteceram coisas boas: me apresentei com o meu grupo de teatro e a peça não poderia ter sido melhor <3 (até fiz um vídeo mostrando os bastidores ), visitei Curitiba (acabei assistindo o show da Pitty hehe) e gravei vlog falando sobre o que eu aprendi com o teatro .  Ah, também consegui mobilizar uma galerinha para assinar uma consulta pública á respeito de um remédio que o governo planeja parar de distribuir no SUS (meu vô é um dos pacientes que sobrevive graças ao medicamento) e sou eternamente grata a todos que ajudaram . Sério ♥  E confesso que ver essa mobilização virtual por uma causa me fez pensar. Durante boa parte do ...