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Crazy Ex-Girlfriend e os conflitos que moram dentro da gente.

Um influencer indicou. Não botei muita fé. Passei por um negócio dolorido e estranho. Ao me ouvir, um amigo meu me recomendou. E eu fui lá pagar pra ver. Aconteceu. Todos estavam certos.

Crazy Ex-Girlfriend é uma comédia musical com um bando de referência (calma, são só duas músicas por episódio - e todas são originais e muito engraçadas, juro! - ) de 40 minutos. Irônica, politicamente incorreta, completamente atrevida (OBRIGADA) ao abordar os mais variados tabus da nossa sociedade, ela é criada por Aline Brosh e Rachel Bloom. 
Rebecca Bunch (Rachel Bloom) é uma advogada de muito sucesso em Nova Iorque, mas completamente infeliz. Até que num dia, ela encontra seu primeiro namoradinho da adolescência. Ele diz estar voltando para West Covina (sua cidade natal), pois lá ele era muito mais feliz. E então, Rebecca também decide se mudar para a cidade. 

Á princípio (durante a primeira a temporada), você vê a Rebecca como o estereótipo de Ex-namorada louca. Mas com o passar das temporadas, a gente percebe que ela na verdade, tem problemas psicológicos. E a série, que parecia uma eterna zoeira com todos os personagens, acaba ficando profunda - sem perder o bom humor, é lógico -.
Crazy Ex-Girlfriend conseguiu sair daquela fórmula em que os escritores criam complexidade apenas para dois, três personagens. A série deu uma problemática, um propósito para cada pessoa. E todos eles crescem com o passar das temporadas. Não somente a protagonista. 

Doenças mentais. Orientação sexual. Feminismo. Tabus femininos, masculinos - de TODO tipo. Alcoolismo. Famílias não tradicionais.

É sobre tudo isso e mais um pouco.

Crazy Ex-Girlfriend mostra como a gente é contexto e a evolução é um processo que acontece aos poucos. Todo mundo teve uma infância e traumas que influenciam o nosso comportamento até hoje. Mas cabe a nós, somente a nós, nos curar dessas feridas emocionais. A felicidade vive no logo após. Quando a gente toma consciência de como agimos e decidimos mudar como reagimos a cada situação.

A trama foi idealizada para quatro temporadas, sendo:
Primeira: negação;
Segunda: obsessão pelo amor;
Terceira: espiral de consequências (aka fundo do poço);
Quarta: recomeço; 

Pelo absurdo presente na série, é como se alguém colocasse um espelho na frente da gente e, depois, multiplicasse por dez a situação. Você vê aquele personagem fazendo uma coisa X e não hesita em gritar "NÃO FAÇA ISSO". É a tal da vergonha alheia em plena execução. A gente se identifica, não tem como.

E no meu caso, fui obrigada a enxergar uns pedaços da minha vida que não estavam muito ok. Crazy Ex foi participação especial do meu processo de tomada de consciência. Eu não sou a série, muito menos todos os dramas dos personagens, mas a minha cabeça de alguma forma mudou. 

É como se você sempre coçasse o braço direito quando chovesse. Mas de tanto alguém te mostrar as consequências disso, você acaba parando pra pensar sobre algo que era automático. Agora quando chove, você primeiro respira e pensa. Absorve, se sente. E parte nenhuma do teu corpo é coceira. Às vezes, até é. Mas você se sente consciente o bastante para não coçar.

Crazy Ex-Girlfriend é uma série sobre estar bem consigo mesmo. Ela ensina que os conflitos dentro da gente nunca vão acabar. Sempre vai ter uma coisinha pra resolver. Pra evoluir. E que essa é a beleza da vida. Ser alguém melhor em relação a quem fomos no passado.
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E tu? Já assistiu? Me conta!

Fotos: Google Imagens

Comentários

  1. Já assisti sim, há muito tempo atrás. Eu adorava demais essa série1!! Tem umas coisas que eu me identificava com Rebecca e ficava confortada por não ser a única. Haha Não sei porque parei.

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    Respostas
    1. Me senti do mesmo jeitinho: CONFORTADA. Garota, continua a série, porque ela só melhora <3

      Excluir

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